Na semana que marca o “Dia Mundial de Combate à Hanseníase”, que é celebrado no último domingo de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social (SEMSA), tem realizado várias palestras de conscientização contra a hanseníase nas unidades básicas de saúde de Silva Jardim. As palestras já aconteceram nas unidades de Fazenda Brasil, Coqueiro, Centro, Cidade Nova e Biquinha e acontecerá ainda nas unidades da Varginha, Imbaú e Caxito.
Hanseníase ou lepra, nome pelo qual a enfermidade era conhecida no passado, é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, em homenagem a seu descobridor. É provável que a transmissão se dê pelas secreções das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva. Embora seja uma doença basicamente cutânea, pode afetar os nervos periféricos, os olhos e, eventualmente, alguns outros órgãos. O período de incubação pode durar de seis meses a seis anos.
A doença pode apresentar principalmente quatro formas clínicas: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente dois tipos são considerados: paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos).
SINTOMAS
Manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou eritematosas, às vezes pouco visíveis e com limites imprecisos;
Alteração da temperatura no local afetado pelas manchas;
Comprometimento dos nervos periféricos;
Dormência em algumas regiões do corpo causada pelo comprometimento da enervação. A perda da sensibilidade local pode levar a feridas e à perda dos dedos ou de outras partes do organismo;
Aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos;
A hanseníase pode causar alteração da musculatura esquelética, principalmente a das mãos, o que resulta nas chamadas “mãos de garra”;
Infiltrações na face que caracterizam a face leonina característica da forma virchowiana da doença.
TRATAMENTO
Ambos os tipos de hanseníase (paucibacilar e multibacilar) são tratados com o antibiótico rifampicina, durante seis meses no tipo paucibacilar e um ano no tipo multibacilar. A medicação é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde e administrada em doses vigiadas nas Unidades Básicas de Saúde sob a supervisão de médicos ou enfermeiros de acordo com normas da OMS.
A rifampicina elimina 90% dos bacilos. Por isso, é necessário complementar o tratamento com outra droga (DDS), que pode ser tomada em casa diariamente, até o final do tratamento.
Nos casos multibacilares, esse tratamento é acrescido de uma dose diária e de outra vigiada de clofazimina.
RECOMENDAÇÕES
Não desista do tratamento, que é longo, mas eficaz se não for interrompido. A primeira dose do medicamento é quase uma garantia de que a doença não será mais transmitida;
Convença os familiares e pessoas próximas ao doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família;
Não fuja dos portadores de hanseníase, uma doença estigmatizante, mas que tem cura, desde que devidamente tratada.